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Missionário Claretiano

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Neste blog quero reunir, pouco a pouco, alguns textos que possam servir de algum modo a todos os que por aqui passarem. Poderão servir, despretenciosamente, para reflexão, formação, passa-tempo, relax, entretenimento, etc... Você poderá contribuir para o aprimoramento deste meu blog: primeiramente, com sua agradável visita; mas, também poderá contribuir com suas sugestões e críticas. Seja bem vindo!


Santo Antônio Maria Claret - Profeta e Missionário Apostólico

Pretendo ir publicando aqui neste meu blog alguns trecho de um texto de formação claretiana produzido pela Prefeitura Geral de Formação da Congregação ("Formação Profética Claretiana - 2003) que poderá servir a quantos queiram, sobretudo, aos interessados em conhecer um pouquinho mais da vida de Santo Antônio Maria Claret. Será uma tradução livre do texto divido em pequenos partes para que fique mais fácil ler e memorizar. Espero desta forma prestar algum serviço a todos os visitantes do meu blog e que possamos nos apaixonar cada vez mais por este grande santo - "Missionário Apostólico". Santo Antônio Maria Claret, rogai por todos nós!




Santo Antônio Maria Claret - Profeta

O aspecto profético de Claret tem sido pouco destacado tanto em sua época como em suas biografias. Nem o mesmo Claret se contemplou como um profeta nem seus contemporâneos o consideraram como tal. Ele foi sempre um missionário apostólico. Entretanto, isto não quer dizer que não tenha sido um profeta. Quando falamos de Claret como profeta, de sua vida como vida profética e de suas iniciativas e atuações como expressões de um verdadeiro profetismo, nos referimos a ele em relação aos grandes profetas do Antigo Testamento e a Jesus "profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo" (Lc 24, 19; cf. Hb 1, 1; Jo 4, 19; Lc 24, 19; At 7, 37).

1. Uma formação profética
1.1 Seduzido pela Palavra de Deus
O primeiro que aparece em Claret é sua experiência de ter sido seduzido e transformado pela Palavra de Deus. Desde muito jovem se sente especialmente atraído pela leitura da santa Bíblia. "Havia passagens que me faziam tão forte impressão, que me parecia que ouvia uma voz que me dizia a mim memo o que eu lia..." Estas passagens são as seguintes: Is 41, 8-18; 48, 10-11; 49, 3; 61, 1; Ez 3, 17-19; O texto de Isaías 61, 1ss e o citado por Jesus na sinagoga de Nazaré, e Claret faz referencia a ele tanto para falar de sua vocação como da vocação da Congregação.

1.2 Estimulado pelo Profetas
No capítulo XII da Autobiografia, no qual se narra os estímulos que o moviam a ir em missão, faz uma breve descrição do ministério profético de Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e Elias. Em todos eles encontra motivo para aprender e de todos destaca a audácia na denúncia, a perseguição que sofrem e o nos quatro primeiro o martírio.

1.3. Configurados com Jesus Cristo, o Profeta por excelência.
Ainda inspirando-se nos profetas e identificando-se com eles, Claret polariza e centra seu olhar em Jesus Cristo, o maior de todos os profetas. "Quem mais e mais me tem movido sempre é ... Jesus Cristo. De Cristo, como profeta, deve-se partir para uma adequada compreensão da figura profética de Claret. O texto de Is 61, 1ss, que Claret lê sempre no contexto do Evangelho de São Lucas, foi apropriado por Jesus e com ele é que faz a apresentação de si mesmo em Nazaré, é o ponto central do profetismo de nosso santo. Também ele se sente guiado pelo Espírito do Senhor.

Claret se coloca antes Cristo, o escuta, o imita, o interioriza, se configura e se conforma com Ele, de tal modo que ao final de sua vida pode dizer com o apóstolo São Paulo: "Não sou eu que vive, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20). Para Claret o seguimento e a imitação de Jesus do Evangelho é como uma obsessão. A caridade de Cristo urge (cf. 2Cor 5, 14), e a paixão pela glória de Deus e a solidariedade pelo destino de salvação do povo não o deixam descansar. Que Deus Pai seja conhecido, amado e servido": esta foi a grande preocupação do nosso santo.



2. - Espiritualidade profética de Claret

A espiritualidade profética de Claret se caracteriza pelos seguintes traços:

2.1 - Ouvinte e servidor da Palavra
Claret teve uma singular experiência do Mistério da Palavra de Deus. Situando-se diante dela, a escuta, a medita, a discerne, a guarda e permanece nela. Como ministro do Evangelho, é profeta, testemunho e servidor e se sente formado sob a ação materna de Maria na frágua de sua misericórdia e amor. Na Palavra de Deus inspirou sua vida espiritual e sua pregação. Considerou-se um discípulo que devia aprender sempre a lição na oração antes de pregar. E assim o recomendava aos sacerdotes.

A partir desta original e fundante experiência se oferece ao Senhor para pregar, escrever e fazer circular livros bons e folhas soltas a fim de destruir o mal com a abundância do bem.

2.2 - A caridade apostólica
Claret nos deixou na Autobiografia um capítulo dedicado à virtude do amor de Deus e do próximo. Talvez seja este o texto no qual fica melhor refletida sua personalidade apaixonada e ardente. Este capítulo segue a uma série de comentários sobre as virtudes que considerava essenciais na vida apostólica e que tratou de por em prática sem afastar os olhos de Jesus: a humildade, a pobreza, a mansidão, a modéstia, a mortificação e a obediência, culminando com a caridade apostólica.

2.3 - A oração de interseção
Também aqui toma exemplo de Moisés e dos grandes profetas, de Jesus e dos Apóstolos, especialmente São Paulo. Reiteradamente expressa estes sentimentos.

2.4 - A atenção ao curso da história, ao conhecimento da realidade dos povos e perssoas às quais teria que evangelizar
Claret vive no estado de alerta, como os profetas, com talante de atalaia e vigia, e assim o expressa diretamente ou com imagens tomadas da vida doméstica: o galo e o cachorro. As denúncias de Claret estiveram em torno da ganância, do egoísmo e das ideologias (comunismo, panteísmo, racionalismo e protestantismo).

2.5 - Para evangelizar os pobres
Esta é a missão de Claret. A mesma de descreve Isaías (cf. Is 61, 1-4); a mesma que assumiu Jesus (cf. Lc 4, 16-19); e a mesma que lhe deu a conhecer o Senhor.

Evangelizar os pobres significa para ele olhar em todos os homens sua condição de pobres: pobres materiais, enfermos e necessitados de sua palavra e ação profética, de sua admoestação, exortação, consolo, edificação, e de sua ajuda, tanto espiritual como material.

2.6 - Valendo-se de todos os meios
É este um lema que dá a seus Missionários, mas que ele procurou colocar em prática ao longo de sua vida apostólica. Prega, dá missões e exercícios, catequisa, escreve, desenha, aproveita todas as associações, funda instituições, cria obras sociais, promove a cultura, se ocupa do ensino.

2.7 - Abraça o sofrimento, a perseguição e o desterro
Claret assume tudo isto como algo inerente à sua missão apostólica. No memorial do missionário que faz para si e para seus missionários deixa bem claro que se trata de "um homem que [...] alegra-se nas privações; enfrenta os trabalhos; abraça os sacrifícios; compraz-se nas calúnias e se alegra nos tormentos". No dia 1 de fevereiro de 1856 foi ferido de morte e no dia 24 de outubro de 1870 morria no desterro.


3 - Atuações proféticas de Claret

O trabalho profético de Claret é amplo e profundo, sábio e incisivo. O primeiro meio é o anúncio da Palavra de Deus por todos os meios: palavra pregada, escrita e ensinada; palavra desenhada; palavra divulgada e propagada por todos os meios a seu alcance. Seu trabalho está orientado em uma dupla mas convergente direção: a promoção religiosa e a promoção social, se bem sempre penetrada esta última por uma finalidade de fundo religioso, como ele mesmo o declara. Vejamos algumas destas atuações.

3.1 - Missionário itinerante e Fundador
Claret, dese sua ardente caridade e vendo que não pode abarcar tudo para que Deus Pai seja conhecido, amado e servido, se faz mestre de missionários, cria associações e funda congregações religiosas. Possivelmente, depois do próprio exercício do ministério profético da pregação, a multiplicação de líderes de evangelização seja uma das atuações proféticas mais importantes de Claret.

Entre as diversas associações que funda ou promove cabe destacar: As Confrarias do Coração de Maria, A Pia e Apostólica União de Orações, A Irmandade do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria, A Academia de São Miguel, As Bibliotecas Populares, As Mães Católicas. Deixou escrito o livro As Religiosas em suas casas ou Filhas do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria (1850), que mais tarde dará origem instituto secular Filiação Cordimariana.

Onde, sem dúvida, fica a sua marca mais indelével é na fundação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria e das Religiosas de Maria Imaculada, Missionárias Claretianas.

3.2 – Claret, bispo missionário e profeta em Cuba

Realista, como sempre, Claret começa por estudar e conhecer a fundo as enfermidades daquele corpo social. No ano de sua chegada à Ilha, em um informe à Rainha afirma que tinha percorrido já grande parte de sua extensa diocese, apalpando por si mesmo suas chagas e vendo “o mal em seus resultados”. Com suas iniciativas chegará a abrir novos horizontes para a solidariedade e preparará os caminhos ao Evangelho.

Profundamente inculturado. Uma primeira e importante mostra de sua inculturação – que hoje é óbvia, mas não naquela época – é a tomada de consciência de que América não é Europa. Outra, não menos importante, é sua aproximação do povo, seu imediato e direto contato com ele. E outra pequena mas interessante mostra de sua inculturação é também seu desejo de que os livros impressos na Espanha e com destino a Cuba se adaptem à sensibilidade cubana.

Em comunidade missionária. O P. Claret estabelece em sua mesma casa arquiepiscopal uma autêntica comunidade fraterna de vida missionária. A casa arquiepiscopal era, além do mais, uma comunidade hospitaleira e acolhedora, aberta aos sacerdotes da diocese e ainda a outros procedentes de fora.

Promoção sacerdotal. Preocupa-se zelosamente da vida material e espiritual dos sacerdotes, e privilegia a promoção e formação de um clero santo, culto e sábio. Assim mesmo, reforma o seminário, dando-lhe novos estatutos de estilo moderno, em ordem a uma sólida formação espiritual e uma surpreendente formação intelectual e científica.

Promoção da infância e juventude. Em 1851 instala a Irmandade da Doutrina Cristã, organiza a Granja de Porto Príncipe e promove outras iniciativas. Dentro desta preocupação pela infância e pela juventude aparece a fundação da Congregação irmã das Religiosas de Maria Imaculada Missionárias Claretianas, que nascem como educadoras e evangelizadoras.

Atenção aos pobres. Por vocação, por convicção pessoal e até por razões de ordem social, Claret faz uma opção radical pelos mais pobres. Havia meses nos quais gastava mais para os pobres que para o sustento dos seus no palácio. Para calcular como era sua atenção aos pobres havia que falar das casas da caridade para anciãos e anciãs, das ajudas domiciliares, das obras para crianças abandonadas, do cuidado dos encarcerados, da solicitude pelos enfermos, etc.

Promoção social. É em Cuba onde mais claramente o P. Claret percebe as conseqüências sociais da imoralidade. Com sua sensibilidade e seu espírito realista descobre já essa estreita relação entre evangelização e promoção humana que tanto tem sublinhado hoje os documentos magisteriais da Igreja.

Denúncia profética. Ante uma sociedade de ricos e pobres, Claret não podia calar-se. Sua pregação e seus escritos são uma impactante denúncia profética, que não podia deixar de produzir seus frutos. Seus próprios inimigos reconheciam estes frutos, e, por isso, tentaram envenená-lo e assassiná-lo. Mas os profetas não fogem diante das dificuldades e perseguições. E Claret era um autêntico profeta. Luta, por exemplo, denodadamente para que se cumpram sem restrições as Leis de Índias sobre matrimônios de distinta classe, falseadas ou mal interpretadas pelas autoridades. Mas não se limita a denunciar. Claret põe em jogo toda uma série de iniciativas em favor dos mais pobres e marginalizados: iniciativas sociais que significam intuições admiráveis e meios claramente modernos em seu tempo. Citamos as Caixas de Poupança e a instituição paralela A Rosa de Maria; a Granja Modelo, com seu opúsculo Reflexões sobre a agricultura e o manual de agricultura intitulado As delícias do campo, etc.


3.3 – Profeta em Madrid


a) Na Corte
Em 5 de junho de 1857 a Rainha Isabel II elege como confessor o Arcebispo Claret. É esta uma atuação profética? Imbuído do espírito e da conduta dos antigos profetas, atuou como eles em situações análogas à suas. A atuação do P. Claret com a Rainha foi semelhante, por exemplo, às de Isaías e Elias com seus reis de então, de Jeremias com Josías e Sedecias, de Natan com David. Quando a Rainha firma o reconhecimento do Reino de Itália, o P. Claret se retira da Corte, e somente por mandado do Papa voltará à sua função.

Provavelmente o sinal mais destacável de seu profetismo na Corte foi seu silêncio ante à calúnia, à difamação e à perseguição. Basta ler certas publicações da época para dar-se conta até que ponto foi caluniado.

b) Criando e transformando as instituições em meios de evangelização
Quem se fixa no conjunto da vida de Claret em Madrid, de 1857 a 1868, verá que este é o tempo mais rico de sua personalidade. Madrid lhe serve de atalia para ver o curso dos acontecimentos de toda a Espanha, e em Madrid exerce sua missão profética. Nesta época recebe as graças místicas mais importante e se lhe revelam os males de Espanha. Este tempo é decisivo para a orientação da vida e missão de seus Missionários, os Filhos do Coração de Maria. Durante estes anos exerce uma influência decisiva na nomeação de bispos para as dioceses espanholas; escreve obras importantes para a formação sacerdotal, para fazer frente aos grandes perigos que traziam as novas ideologias alemãs e francesas; e escreve sua Autobiografia e outros muitos livros e folhetos de interesse para o momento presente.

A atividade do P. Claret é verdadeiramente assombrosa. Em 1859 tem que se ocupar do Mosteiro Real do El Escorial e o converte em um centro de evangelização e de cultura. Escreve propostas de leis para os ministrosOrovio e Catalina. A profecia da cultura, da dignidade da pessoa sempre foram muito importanes para Claret.

Para dar maior difusão e extensão eclesial e social à mensagem cristã, cria várias instituições, entre as que destacam, por sua poderosa influência renovadora, a Livraria Religiosa em seus tepos de missionário na Catalunha e a Academia de São Miguel, que idealizou durante a sua convalescência das feridas em Holguín.

A revolução de 1868 acabaria com muitas das instituições: a Academia de São Miguel, o seminário e Colégio de ensino fundamental do El Escorial, as Bibliotecas populares e paroquiais e a Livraria Religiosa. Sua Congregação de Missionários, de raiz mais vigorosa, se transplantará à França, não sem pagar religiosamente, com o sangue de um de seus membros, o tributo que essa "liberdade" acostuma impor.

El Escorial - Madrid - Espanha

Datas Principais da Vida do P. Claret


1807 - 23 de dezembro - Nasce em Sallent, na Catalunha, filho de cristãos fervorosos.
1812 - Aos cinco anos, o pensamento da eternidade impressionava-o. Será mais tarde uma das locomotivas do seu zelo.
1819 - O pai coloca-o a trabalhar na sua pequena fábrica de tecidos.
1825 - Vai para Barcelona, a fim de se aperfeiçoar na tecelagem.
1829 - Entra no seminário em Vic.
1835 - 13 de Junho - Ordenação sacerdotal, 28 anos.
1839 - Vai a Roma oferecer-se à Congregação da a Evangelização dos Povos e acaba por entrar no noviciado dos Jesuítas, que abandonará por doença.
1841 - Com o título e as faculdades de “Missionário Apostólico”, prega missões por toda a Catalunha até 1847 - Funda a “Sociedade contra a blasfémia”, a “Irmandade dos bons livros”, a “Livraria Religiosa”, onde publica numerosas obras.
1848 - Evangeliza as Ilhas Canárias.
1849 - 16 de Julho - Funda a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos).
         - 11 de Agosto - É nomeado Arcebispo de Santiago de Cuba.
1851 - 16 de Fevereiro - Chega a Santiago. Durante seis anos, missiona toda a arquidiocese, reforma o clero, legaliza muitos casamentos, institui as “Caixas de Poupança” em todas as paróquias, funda as Religiosas de Maria Imaculada (Missionárias Claretianas).
1856 - 01 de Fevereiro - É gravemente ferido num atentado em Holguín.
1857 - Chamado a Madrid, é nomeado oficialmente Confessor de Isabel II. Prega por toda a Espanha, escreve livros, dirige pessoas (Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento, Santa Joaquina de Vedruna), protege Institutos Religiosos, ajuda a Rainha e o Núncio na escolha dos bispos.
1858 - Funda a Academia de São Miguel, vasta associação de escritores, artistas e propagandistas católicos.
1859 - É nomeado presidente do Mosteiro de El Escurial, onde estabelece um seminário e um colégio.
1861 - 26 de Agosto - Recebe a “enorme graça” da conservação das espécies eucarísticas de uma comunhão à outra.
1864 - Funda as Bibliotecas populares e paroquias.
1868 - Revolução na Espanha. Acompanha a Rainha ao exílio em Paris, onde leva a cabo obras apostólicas e sociais para emigrantes e refugiados.
1868 - Em Roma, trabalha na preparação do Concílio Vaticano II e participa nele.
1870 - Retira-se doente para França. Perseguido pelo Governo Espanhol, refugia-se no mosteiro cisterciense de Fontfroide.
         - 24 de Outubro - Morre santamente aos 63 anos.













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