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Londrina, Paraná, Brazil
Missionário Claretiano

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Aniversário de Ordenação de Claret - Mensagem

MENSAGEM DO SUPERIOR GERAL - P. JOSEP ABELLA, CMF - POR OCASIÃO DO 175º ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO DE SANTO ANTÔNIO M. CLARET

13 DE JUNHO DE 1835 - 13 DE JUNHO DE 2010


“FAZEI ISTO EM MINHA MEMÓRIA”

Estas palavras de Jesus a seus discípulos durante a última ceia marcam indelevelmente a vida da comunidade cristã. Trata-se de fazer memória de uma vida que teve como único objetivo cumprir a vontade do Pai, como princípio inspirador o amor, como horizonte permanente contruir a comunhão com Deus e com os irmãos e como marco de compreensão da realidade a Aliança de Deus com a humanidade. A comunidade que celebra a memória da Páscoa de seu Senhor está chamada a viver de tal modo que se converta em sinal e testemunho do Mistério que celebra. Quem “celebra de coração a memória” se sente chamado a “ser memória” de Jesus e sinal do Reino na história de todos os tempos e de todos os povos. É a missão difícil e gozosa da Igreja.



Para cumprir esta missão o Espírito suscita na Igreja carismas e ministérios. Este ano o Papa pediu que nos fixássemos particularmente no ministério dos paresbíteros. Chamou-o “ano sacerdotal”. A iniciativa foi secundada com diversas iniciativas nas diferentes igrejas particulares. Estou certo de que muitos claretianos terão aderido a elas encontrando uma oportunidade para aprofundar na consciência e vivência de sua vocação como religiosos presbíteros, como missionários do Reino.

É uma coincidência jubilosa o fato de, este ano precisamente, comemorarmos o 175° aniversário da ordenação sacerdotal de nosso Padre Fundador. No dia 13 de junho de 1835 era ordenado sacerdote na capela da residência do Bispo de Solsona. Ali se reunirão alguns claretianos para recordar este momento importante da vida do Fundador. Nós nos unimos a eles desde as diversas partes do mundo.

O Padre Fundador se sentiu chamado ao sacerdócio ainda pequeno (cf. Aut 40), embora as circunstâncias da vida o tenham levado por outros caminos. Quando jovem redescobriu este chamado que se foi clarificando paulatinamente. Passou pela fase de ruptura com o mundo e se materializou na opção de se tornar sacerdote (Aut 93). Ao final de seu processo formativo foi ordenado presbítero, depois de haver feito quarenta dias de exercícios espirituais com “grande sofrimento e tentação” (cf. Aut 102). Foi seguramente um momento de purificação das motivações e do ideal de sacerdote do seminarista Claret. Inquieto, seguiu buscando como viver sua vocação sacerdotal, acompanhado sempre nesta busca pelos textos da Palavra de Deus nos quais sentia um poderoso chamado do Senhor e pelo seu contato com o povo que descobria necessitado de escutar a Palavra.



Sabemos que se sentiu, finalmente, chamado a consagrar-se totalmente a Deus no seguimento radical de Jesus através de um ministério profético: seria “missionário apostólico”. Em torno ao seguimento radical de Jesus se articulam todas as dimensões de sua existência. O dom da vocação sacerdotal o vive em uma entrega a Deus:
- que lhe exigia ser testemunha, “reproduzindo em si mesmo aquela forma de vida que o Filho de Deus abraçou” (cf. LG 44);
- que o enchia de desejos de anunciar a Palavra que ele próprio escutava e meditava com assiduidade;
- que o fazia estar atento às situações de seus irmãos, filhos e filhas queridos de Deus, e o impulsionava a buscar criativamente novos modos de responder às suas necessidades;
- que o orientava continuamente para novos horizontes missionários e o deslocava para as fronteiras da evangelização;
- que lhe enchia o coração de uma caridade apostólica que se converteu no dinamismo que moveu toda sua vida;
- que o levou a descobrir em Maria o Coração totalmente aberto à Palavra de Deus e às necessidades de seus filhos e filhas;
- que o ajudou a apreciar a vocação dos demais e a propor novas iniciativas que potenciaram o dinamismo evangelizador da Igreja.

Claret se sentiu, ademais, chamado a viver este dom da vocação sacerdotal na fraternidade missionária, compartilhando a vida com outros sacerdotes e leigos (integrados estes muito cedo à comunidade missionária) animados do mesmo espírito (cf. Aut 489) e alimentando nela sua entrega ao Senhor e o caráter missionário de seu serviço ministerial.

A celebração deste aniversário dentro do ano sacerdotal nos convida a pensar sobre as exigências que implicam viver o ministério ordenado nesta dimensão missionária. Estamos chamados a inserirmo-nos nas igrejas particulares, porém sem nunca perder o horizonte da universalidade de nossa vocação missionária. Estamos chamados a caminhar conjuntamente com os demais membros da comunidade cristã, porém atentos às necessidades de todos, para além das fronteiras da Igreja. A consagração a Deus, que define nossa vida, cria em nós um âmbito de liberdade que nos prepara para viver a missão desde o carisma missionário que o Espírito nos deu. O discernimento na fraternidade missionária, com suas diversas mediações, nos garante o enraizamento evangélico e eclesial de nossas opções.

Será bom reler e meditar o que nos dizem as Constituições nos nn. 82-85. Ali nos são indicados os traços que devem caracterizar o exercício do ministério ordenado em nossa comunidade missionária. Corresponde-nos acentuar a dimensão profética deste ministério, tanto no serviço da Igreja particular como no da Igreja universal. A vida do Pe. Fundador nos alenta a isso.

Retomamos o mandato de Jesus a seus discípulos: “fazei isto em minha memória”, e nos sentimos chamados, em cada um dos lugares para onde fomos enviados, a unirmo-nos à sua entrega para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância (cf Jo 10,10). Que nosso serviço ministerial ajude a comunidade cristã a ser “memória de Jesus” e do anúncio do Reino”.

Josep M. Abella, cmf.
Superior Geral